6 de outubro de 2008

[ ] e tal...

Existem momentos na vida em que a gente se põe à prova, se propõe o novo e se arrisca no imensurável.
Falar da arte, do processo criativo do outro é mais confortável que falar do seu. Apresentar algo, discursar uma pergunta, uma idéia, uma proposta, algo que você questiona, defende, acredita, incomoda, é um tanto quanto arriscado visto a gama de situações e opiniões a respeito do seu trabalho: consequentemente de você.
Nos últimos dias nos rodeia (a mim e outros alguns) a palavra ego. Posteriormente falarei sobre o ego e suas derivações.
É comumente usado pela maioria que artista tem o ego elevado. Sendo o ego de origem latina que significa eu isso quer dizer então que artistas têm o eu elevado. Mas quem disse que isso é ruim? O eu elevado pode ser sinônimo de auto estima. Opa! Mas pode ser sinônimo de olhar para o próprio umbigo e nada mais! Logo, precisamos enteder que tudo que possui o homem é graça louvável, porém, a forma como se aproveitam as características pessoais é que influi na postura. É como minha mãe diz: isso é de raça meu fiho! Rs
Bom eu desenvolvi uma habilidade de percepção das coisas que auxilia no meu processo de identificação do meio e no processo de criação através dela, em suas várias manifestações.
Faço uma colagem das observações: cato aqui, cato ali, uma expressão, um movimento, um som, uma cor, uma fala, um gesto, tudo é material para germinar um processo que acaba num suporte bidimensional e que toma formas imagéticas que não dizem exatamente o que quero dizer, mas o que o outro quer ver. Vejo o meu processo de criação como uma possibilidade de questionar o mundo, as coisas, e a partir disso, com minhas afinidades lineares, pictóricas e filosóficas vou construindo retratos, e falando aquilo que pulsa nas minhas veias.
Decidi expor o meu pulsar!
Decidi me dilacerar e mostrar algo, que pra mim tem muito sentido, muito valor, muito afeto. Algo simples, algo pequeno, algo quase silencioso. Algo pouco majestoso aquém daquilo que muitos que me conhecem esperam de mim.
Mas é meu! Sou eu!
É minha alma que fala. Na verdade sussurra. Porque quanto mais baixo se fala, mais se presta atenção.
Então prestem bem atenção em tudo! No inusitado e no convencional. No já existente e no criado pensadamente.
Reflitam!
A arte é uma religião!
E onde ela se apresenta é templo!
Contemple e escute.
O que você escuta é a extensão da minha arte!
E pra isso não se esqueçam:
VISITEM O SÓTÃO!!!